sexta-feira, 4 de junho de 2010

Estruturas de madeira - parte 1

Retornando ao tema dos diferentes sistemas construtivos, este post trata da madeira como estrutura.
Muito utilizada como fôrmas para concreto, andaimes, esquadrias, estrutura de cobertura, forros e pisos, a madeira vem ampliando sua utilização e vencendo alguns preconceitos no que se refere à sua ligação a construções populares, à sua durabilidade e manutenção.
O material vem sendo empregado de forma crescente tanto em projetos residenciais como comerciais e institucionais, seja como citado acima (neste caso, pode-se utilizar a madeira ou materiais alternativos que imitam sua textura) ou ainda como a própria estrutura da edificação.
Neste sistema, as vigas e os pilares formam o esqueleto da casa, podendo-se utilizar desde toras ou peças roliças (em geral pínus ou eucalipto), madeira serrada, aparelhada ou lavrada a machado, com diferentes formas de ligação, como encaixes, peças parafusadas, pregadas ou ligadas por ferragens.
Para o fechamento, podem ser utilizados diferentes materiais, como placas de OSB e de gesso acartonado (paredes internas), placas cimentícias e de concreto celular, além de alvenaria convencional.

"Esqueleto" de uma construção - Imagem Portal Casa


A estrutura em madeira é um sistema que apresenta inúmeras vantagens, como a leveza (o que leva a fundações menos robustas), a agilidade na montagem e uma obra limpa (se bem planejada, a obra é rápida e limpa, pois as peças são cortadas previamente e chegam ao canteiro com os encaixes preparados, além disso, evita-se o desperdício e a espera da cura de materiais, como o caso do concreto, para desenformá-lo e prosseguir com os serviços). Somado a isso, tem-se o fato de que a madeira é um material renovável, que consome menos energia de produção que o aço e o cimento.
A questão da sustentabilidade neste caso é bastante polêmica, pois conforme aponta Lineu Siqueira Jr., do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), cerca de 90% da madeira comercializada vem de desmatamento ilegal, o que tem ameaçado inúmeras espécies. Uma alternativa é adotar madeiras certificadas, com selos de garantia como o do FSC, que são extraídas em áreas de manejo, onde o corte só ocorre após uma seleção das árvores mais maduras, permitindo que as florestas se recuperem. Segundo Hélio Olga, essas espécies nativas geralmente oferecem resistência mecânica e durabilidade naturais.
Algumas espécies recomendadas: itaúba, angico-preto, cumaru, garapeira, roxinho, tatajuba, bacuri e maçaranduba.
Existe ainda a opção pelas madeiras oriundas de reflorestamentos, áreas degradadas ou abandonadas pela agricultura e pecuária, destinadas ao plantio de pínus e eucalipto. No entanto, estas espécies são mais frágeis e suscetíveis ao ataque de cupins e fungos, necessitando de um tratamento onde produtos químicos são injetados na madeira, o que se torna o ponto fraco dessa história, pois uma vez tratada assim, a madeira deixa de ser biodegradável, não podendo ser queimada, sob o risco de liberar produtos tóxicos no ar.

Algumas empresas especializadas no material:
Callia Estruturas de Madeira
Ecolog
Habitate Projetos em Madeira
Ita Construtora
Orbital

Fonte: Portal Casa e Arcoweb

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